A luta histórica da mulher para alcançar direitos e o conceito de feminismo e sororidade marcam primeiro dia do “Março Mulheres”
De forma descontraída e animada, procuradoras e promotoras de Justiça, servidoras e funcionárias terceirizadas do MP participaram na manhã de hoje (1) de um bate-papo com as jornalistas Rita Batista e Renata Menezes que proporcionou momentos de discussão, reflexão e troca de experiências sobre o universo feminino, suas peculiaridades, lutas, dificuldades, conquistas e sonhos. O encontro, realizado na sede do CAB, é promovido pela Central Integrada de Comunicação (Cecom), pelo Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH) e o Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem) e integra as atividades do “Março Mulheres”.
Mediado pela promotora de Justiça Lívia Santana Vaz, coordenadora do Gedem, o diálogo teve início com a também apresentadora Rita Batista que, ao contar sua experiência com a maternidade, convidou a plateia para refletir sobre o conceito de sororidade, que consiste na união entre mulheres na busca pela igualdade de direitos e conquista do seu espaço na sociedade, e o que o termo representa na prática cotidiana. “Eu tenho sentido que homens e mulheres têm falado mais sobre este assunto, mas poucos têm exercido e sabem de fato o que é. A sororidade tem que sair do vocábulo para o sentimento. Precisamos nos solidarizar não somente com as mulheres com as quais convivemos na nossa família ou no ambiente de trabalho, mas com todo o universo feminino”, disse ela ao ressaltar a importância do respeito mútuo e do não julgamento prévio entre as próprias mulheres.
O conceito de feminismo e a luta histórica da mulher para alcançar espaços antes reservados apenas para homens em diversas instâncias da sociedade foi explicado pela jornalista Renata Menezes, apresentadora do programa Conexão Bahia e gestora da Rede de Afeto FéMenina. Ao esclarecer a diferença entre feminismo e machismo, ela ressaltou a importância da desconstrução diária de padrões que reproduzem o conceito da mulher em condição de inferioridade. “O Feminismo é o pensamento de construir uma sociedade igualitária, onde todas as pessoas têm os mesmos direitos e mesmas oportunidades e machismo é acreditar que o gênero masculino define características como inteligência, capacidade, entre outras”. Ela registrou também que “esta ideia está tão estruturada que se não conversarmos sobre esses temas constantemente a gente esquece e os primeiros direitos que vão embora são os das mulheres. Quando compreendemos as estruturas sociais, começamos a entender as negações que a mulher sofre. Feminismo não é o contrário de machismo”.
Questões sobre o empoderamento da mulher, assédio sexual, feminicídio e conquistas de espaços políticos, culturais e de comunicação também integraram as discussões. De acordo com a promotora de Justiça Lívia Santana Vaz, “as legislações e os instrumentos internacionais de direitos humanos dizem que toda pessoa tem direitos, mas precisamos refletir sobre a interpretação dessas Leis e mudar comportamentos”, disse. Para a servidora Cynthia Ramos do Amaral Saad, “é de fundamental importância discutir estes temas e enfrentar os desafios que nos são apresentados ao assumirmos posicionamentos nos grupos sociais que integramos. Não importa onde estejamos, seja no supermercado, na farmácia, em uma reunião de escola, precisamos, efetivamente, internalizar os conceitos que envolvem este universo, pois é através deles que vamos adquirir força e resistência para enfrentar o que nos apresentam cotidianamente”, salientou. O coral "MP em Canto" também compôs a programação do evento. Os próximos encontros acontecerão nos dias 12, 19 e 26, sempre às 9h, com os temas "Elas por elas", “torne-se a mulher que você é”; “feminismo, mídia e lugar de fala”.
Cecom/MP - Telefones: (71) 3103-0446 / 0449 / 0448 / 0499 / 6502
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